Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)
Um tema que é pouco abordado nos debates presidenciais sobre economia é como o Brasil vai retomar o crescimento. Quando o assunto entra na roda, fala-se muito genericamente. O atraso do Brasil nos setores tecnológicos e indústrias de ponta só aumenta a dependência do país sobre as chamadas commodities, mercadorias de baixo valor agregado, como produtos agrícolas e petróleo. Aqui no Estado mesmo: a soja tem muita importância na economia, porém, ela acaba gerando bem menos empregos e renda do que seria possível se ela fosse beneficiada por indústrias aqui em solo gaúcho, que exportassem farelo e óleo em vez de, basicamente, o grão.
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E a soja e outras commodities geram bem menos desenvolvimento econômico do que outros setores, como empresas de tecnologia, informática ou indústrias. Seguiremos sempre assim ou alguém fará algo para mudar essa matriz produtiva do Estado e do país?
Um dado da Fundação Getulio Vargas ajuda a entender essa realidade. No acumulado de 2018, os produtos manufaturados no Brasil tiveram a menor participação nas exportações desde 1980, quando começou a ser feito esse levantamento. De tudo que foi exportado este ano, só 35% são de produtos industrializados. Já três commodities (soja em grão, minério de ferro e petróleo) compõem 31% das exportações brasileiras de janeiro a setembro. A China é a principal compradora: nesse período, comprou 26,3% de tudo que o Brasil exportou - basicamente commodities.
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Em contrapartida, compramos muitos produtos industrializados de lá, gerando empregos na China.